quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Como Bioshock Infinite me deixou tonta (literalmente).

Eu sou uma pessoa difícil. Apesar de ter jogado muitos jogos na minha vida, eu ainda tenho uma certa preguiça "aprender" a jogar jogos novos e ainda mais de gêneros novos. Mas as vezes eu sinto falta de me apaixonar por um jogo assim como me apaixonei (e relatei aqui) por Uncharted.

Bom, dessa vez eu fui bem mais adiante do que tentar um novo adventure (um gênero que eu já joguei bastante) e fui para um FPS. Eu nunca gostei de jogos em primeira pessoa, e o mais perto que eu cheguei de um foi jogando Minecraft, e muito menos de shooters, eu nunca vi um bom motivo para jogar eles na verdade, eu não vou julgar, mas nunca gostei de Counter Strike, Call of Duty e essas variações, no geral, os jogos desse gênero me deixavam tonta e com dor de cabeça, acho que por mexer muito rápido a tela ou por nunca parar e ter que atirar o tempo todo... argh.

Mas naquela sensação de procurar um jogo novo para se apaixonar eu resolvi jogar aquele jogo lindo que tava todo mundo falando que era ótimo: Bioshock Infinite. Eu já tinha ouvido falar muito bem dos outros dois jogos da série, mas elementos como monstros e cenas escuras me deixavam totalmente sem vontade de jogar. Só que o Infinite parecia ser simplesmente... lindo! Antes de comprar o jogo para o PS3, eu me certifiquei que ele não teria muitos monstros assustadores, nem seria um jogo que desse muito medo (gênero que eu ainda não enfrentei, e nem estou com pressa).

Bom, nos primeiros minutos e horas do jogo eu me senti bem, o jogo começa tranquilo, passeando em Columbia, que é uma cidade linda no céu, as pessoas parecem felizes e etc. Naturalmente, coisas estranhas começam a acontecer e você tem que começar a matar todo mundo que aparecer no seu caminho, e nessa parte que eu comecei a ficar meio vesga e tonta.



A coisa boa é que o jogo é relativamente fácil, então quando eu morria nas batalhas por ser ruim ficar tonta ou perdida nos controles, eu renascia ali perto e muitos dos inimigos estavam mortos já. Aliás, acho que a pouca dificuldade do jogo (ao menos no normal que foi a dificuldade que eu joguei) me ajudou bastante a me familiarizar com o gênero. No final do jogo eu -quase- nem me confundia mais nos botões (ah vai, são muitos botões: atira, troca arma, mira, poderzinho, trocar poderzinho seleciona poderzinho, corre, abaixa pula e etc).

Acontece que, apesar de ter me familiarizado com o jogo e depois de quase 2 semanas jogando eu continuava me sentindo meio mal ao jogar, eu continuava meio tonta e as vezes com dor de cabeça. Então eu percebi que, o meu maior problema com FPS é como o jogo é nervoso e não para nunca. Eu li por aí que Bioshock revolucionou os FPS por ser um shooter com "conteúdo", ou seja: algo além de atirar loucamente por aí. Mas o jogo não possuí cutscenes, você está lá jogando, correndo, pensando no que precisa fazer, talvez até atirando, quando a Elizabeth começa a falar coisas que seriam importantes para entender o enredo da história e antes de você tentar entender o que diabos está acontecendo aparece um inimigo enorme para você matar e daí você já começa a atirar, correr, morrer sem saber por que e por aí vai.

Eu perdi muito desses detalhes, e para ajudar, a história não é lá das mais fáceis de entender. Talvez jogar muitas partes sem fazer a mínima ideia do que estava acontecendo e ficar tentando entender tenha me ajudado a ficar com dores de cabeça. Eu confesso que em muitas partes eu quis parar de jogar, pensando que nunca ia entender e "blé que jogo chato". Mas acho que ele é carismático o suficiente para me manter jogando. E eu fui até o fim.



Eu ouvi falar muitas coisas sobre o fim: gente que amou, gente que odiou e gente que não entendeu. Acho que eu tenho um pouco de cada. Eu confesso que fiquei bem chocada com o fim, talvez tenha até chorado um pouco. Acho que o objetivo do final é deixar um pouco da história "no ar", para cada jogador imaginar o que acontece, mas como a minha cabeça girou, doeu, deu nó e ficou tudo meio embolado, eu fui ler algumas teorias e explicações na internet que clarearem algumas coisas para mim. E eu descobri que realmente adorei o jogo.

Eu terminei hoje a tarde e ainda estou impressionada. O jogo não foi um Uncharted na minha vida  pode ser pq o Drake é bem mais gato que o Booker  mas eu fiquei satisfeita a ponto de valer a pena ficar tonta pelo jogo, e um tanto feliz por ter vencido mais uma vez a "preguiça" de testar jogos e gêneros novos, que venha o próximo. Além disso, lendo as teorias sobre o fim do jogo, acabei descobrindo algumas coisas sobre os Bioshock 1 e 2 e talvez eu resolva dar uma chance a eles (boa jogada colocarem o Bioshock 1 de graça no disco do Infinite!).



"Booker, are you afraid of God?"
"No. But I'm afraid of you.



―Elizabeth and Booker DeWitt